No próximo dia 28/04, a homenagem do Cineclube
Araucária vai para a cidade de Campos do Jordão que em 1953
recebeu a equipe de filmagem e serviu como cenário para um dos maiores
clássicos da Cinematográfica Vera Cruz: Floradas na Serra, de Luciano Salce. Por essa razão, uma projeção especial do filme foi programada para compor a sequência de eventos comemorativos do aniversário da cidade. Todos estão
convidados a rever imagens fascinantes da nossa querida Campos do
Jordão dos anos 50 e da nossa grande atriz Cacilda Becker. Então,
porque não embarcar nessa viagem festejando conosco os 139 anos de existência da nossa
cidade?
Lucília, cansada dos prazeres do mundo elegante, resolve descansar em
Campos do Jordão. Entretanto, ao fazer a visita de controle médico, descobre
que está com tuberculose. Mas não consegue suportar o tratamento na clínica.
Enquanto esperava para voltar a São Paulo, conhece Bruno, que a faz perder o
trem e começam um romance. Porém a paixão de Lucília consome rapidamente sua
saúde, enquanto Bruno vai se recuperando e começa a se interessar por Olívia,
outra paciente da clínica. Lucília termina sozinha, na clínica, com suas
lembranças.
CACILDA BECKER
- Cacilda Becker Iaconis nasceu em Pirassununga (SP), no dia 6 de abril de
1921. Foi atriz e um dos maiores mitos dos palcos nacionais. Filha do imigrante
italiano Edmondo Iaconis, Cacilda tinha apenas nove anos quando seus pais
romperam o casamento e sua mãe viu-se obrigada a, sozinha, criar três filhas,
uma delas a também atriz Cleyde Yáconis. Por este motivo, fixaram-se na cidade
de Santos, onde Cacilda ainda jovem freqüentou os círculos boêmios e mais
vanguardistas, já que por ser filha de pais pobres e separados não podia
estabelecer amizade com pessoas da alta sociedade. Cacilda começou no teatro
paulista como atriz amadora e se profissionalizou em 1948. Neste ano, Nydia
Lícia recusou um papel na peça Mulher do Próximo, de Abílio Pereira
de Almeida, produzida pelo Teatro Brasileiro de Comédia, para não ter que
beijar nem dizer "amante" em cena, pois isto podia lhe custar o
emprego numa importante loja. Cacilda, que a substituiu, exigiu ser contratada
como profissional, acabando com o velho preconceito de que artista sério
deveria ser diletante. Em 30 anos de carreira, Cacilda Becker encenou 68 peças,
no Rio de Janeiro e em São Paulo; fez dois filmes e uma telenovela na TV Tupi
além de outras participações em teleteatros. Foi ela quem
inaugurou o Teatro Municipal de São Carlos com a peça Esperando Godot no
começo de 1969. Pois foi durante uma apresentação do espetáculo Esperando
Godot, que encenava com o marido Walmor Chagas, na capital paulista, em 6
de maio de 1969, que Cacilda sofreu um derrame cerebral e foi levada para o
hospital, ainda com as roupas do seu personagem. Morreu após 38 dias de coma e
foi enterrada no Cemitério do Araçá, com a presença de uma multidão de
admiradores.

Cinema / Televisão / Teatro
Apenas dois filmes registram a sua passagem pelo cinema, Luz dos Meus Olhos em 1947
e Floradas na Serra em 1953, no auge da Companhia Vera Cruz. Marcou presença em vários teleteatros nas décadas de 50 e 60 e fez apenas
uma novela, Ciúmes em 1966 na TV Tupi. Foi no teatro que conseguiu todas as glórias e viveu personagens inesquecíveis. Teve uma rápida
passagem pela companhia Os Comediantes, comandada por Ziembinski, e logo depois
foi para o Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC, onde permaneceu por dez anos. Saiu em
1958 para montar sua própria companhia, o Teatro Cacilda Becker, que dirigiu até
o final da vida. Entre seus trabalhos mais marcantes no palco estão Pega
Fogo, Adorável Júlia, Antígona, O Anjo de Pedra, Jornada
de um longo dia noite adentro, A Visita da Velha Senhora , Quem
tem medo de Virgínia Woolf e Esperando Godot. Cacilda foi definida pelos colegas como "a maior atriz brasileira, a melhor amiga
de seus amigos e a mais combativa representante da classe teatral brasileira".
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