A programação do mês
de maio do projeto Cineclube Araucária –
O Cinema de Volta a Campos do Jordão traz duas mostras de grande relevância
para a sétima arte. Os ingressos são grátis em todas as sessões.
A
primeira, Panorama do Cinema Argentino,
que acontece entre os dias 12 e 15 de maio, é uma pequena amostra da
qualidade das produções argentinas que vêm conquistando as salas de exibição do
mundo todo. As obras selecionadas para esta mostra são: Nove Rainhas (de Fabián
Bielinski), Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Digital (de Gustavo
Taretto), Relatos Selvagens (de Damián Szifron) e Valentin (de Alejandro
Agresti).
Entre
19 e 22 de maio serão
exibidos filmes que reverenciam e registram as histórias de quatro gênios das
artes plásticas. A mostra No Cinema Por
Outras Telas é formada pelos seguintes filmes: Frida (de Julie Taymor),
que narra a intensa e conturbada vida da artista mexicana Frida Kahlo, Agonia
e Êxtase (de Carol Reed), sobre Michelangelo e seu trabalho na Capela
Sistina, Sede de Viver (de Vincente Minelli), que traz Vincent Van
Gogh com todo o seu talento e seu tormento,
e Pollock
(de Ed Harris), sobre a arte original de Jackson Pollock.
O
Cineclube Araucária investe em criatividade e diversão nas matinês. Em maio, os
filmes para a garotada seguem as temáticas das mostras acima. No dia 15,
será exibida a animação argentina A Tartaruga Manuelita, de Manuel
Garcia Ferré, e no dia 22, Uma Noite No Museu, de Shawn Levy.
O
projeto Cineclube Araucária - O Cinema de Volta a Campos do Jordão acontece com
o apoio do ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo) e parcerias
com a Secretaria Municipal de Cultura e AMECampos (Associação dos Amigos de
Campos do Jordão). Iniciado em fevereiro, prevê, até novembro, a realização de
20 mostras de cinema. Além das tradicionais mostras temáticas, a cada mês um
país terá a sua filmografia exibida para o público jordanense, entre eles:
Turquia, Brasil, Argentina, França, Canadá, China, continente africano e os já
contemplados: Polônia, Irã e Índia.
A
programação de 2016 inclui também uma série de Palestras e Seminários, visando à formação profissional de novos
cineastas, com produção de curtas-metragens que serão o foco da segunda edição
do Festival Curta Campos do Jordão,
previsto para ocorrer em dezembro no antigo Cine Glória (atual Espaço Cultural
Dr. Além). Outros destaques são a realização do 6º Encontro Cinemúsica de Campos do Jordão e da exposição Cinema Ilustrado: A Oitava Arte, ambos
em julho, na sede da AMECampos.
Com
um histórico de boas tramas políticas e sensíveis retratos de família, o cinema
argentino conquistou o respeito do público e da crítica, muito além das suas
fronteiras. Em 2010, sua cinematografia recebeu o segundo Oscar de Melhor Filme
Estrangeiro, entregue ao longa O Segredo
de Seus Olhos. O primeiro foi A
História Oficial, de Luis Puenzo, em 1986, além das indicações na mesma
categoria, em 1975, 1985, 1999, 2002 e, por muito pouco, em 2015, los hermanos
não ganharam a terceira estatueta com Relatos
Selvagens, de Damián Szifrón. Segundo o curador, a pergunta comum aos
brasileiros é “por que os argentinos conseguiram se colocar no grupo dos
principais países produtores da sétima arte em todo o mundo? e a resposta está
ligada aos roteiros bem desenvolvidos, bem escritos, e na maneira de
transportá-los para a tela com um requinte peculiar aos que sabem contar bem
uma história”. Ele complementa explicando que a formação acadêmica e
profissional dos argentinos, a leitura e, mais profundamente, os estudos
literários na Argentina receberam uma maior atenção do que a dispensada às
mesmas atividades pelos vizinhos brasileiros, por exemplo. E valendo-se da máxima
“uma imagem fala mais do que mil palavras”, o Cineclube Araucária incluiu na
série Panorama do Cinema Mundial, uma pequena mostra do que o cinema argentino
tem a nos encantar com uma seleção de quatro filmes representativos dos últimos
anos.
A
Mostra No Cinema Por Outras Telas traz filmes que mostram o diálogo entre duas
artes visuais - cinema e pintura – que sempre caminharam lado a lado por uma
questão de conceito, desde os primeiros registros da imagem em movimento. Pode-se
dizer que a estética imposta pelos cineastas às imagens que lançam nas telas,
na sua essência, não difere do talento criativo que orienta a mão dos pintores geniais
no momento em que concebem suas maiores criações. Em ambos os casos, a imagem
materializa o tempo; e pode ser que esse fascínio exercido pela pintura sobre
alguns cineastas tenha resultado na arte de materializar na película a força
criativa de alguns dos maiores artistas de outras telas. Neste caso, também a
seleção do curador Cervantes Souto Sobrinho foi bastante custosa. “Não são
raros os casos de bons filmes que contam a vida e a arte de pintores
consagrados. De Leonardo a Basquiat, o repertório é extenso e qualitativamente
primoroso. Alguns foram os eleitos não pelo patamar de destacados em relação a
outros, mas apenas porque a escolha havia de contemplar apenas quatro deles”,
argumenta. Os artistas/filmes eleitos foram, portanto: Michelangelo, Vincent
Van Gogh, Frida Kallo e Jackson Pollock.
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