A Grande Testemunha (A Hasard Balthazar), realizado por Robert Bresson em 1965, é o filme escolhido pelo grupo resistente na reunião do Cineclube Araucária de Campos do Jordão, nesta semana, e que estará no centro do bate-papo de Cinema na próxima terça (10/12). Até l, boa sessão e boas reflexões a todas e todos. Para assistir, basta acessar o link: https://drive.google.com/file/d/1Qs31rscAXOsPt5dGbNRRcwKX-CmRix45/view?usp=sharing
Neste mês de outubro, o site Vertentes do Cinema traz para o público uma mostra especial que celebra a trajetória de um dos mais queridos festivais de curtas do Brasil: o Festival Curta Campos do Jordão. Com o título “16 Curtas que Contam a História do Festival Curta Campos do Jordão”, a exibição faz parte da já tradicional Mostra Curtas Premiados e reúne obras que marcaram os nove anos do evento, celebrado na icônica Serra da Mantiqueira.
A décima edição do festival, que estava planejada para este ano, foi adiada para 2025 por questões técnicas. No entanto, o Vertentes do Cinema decidiu não deixar o público órfão de suas produções e preparou essa retrospectiva online. Ao longo de outubro, serão exibidos, gratuitamente e sem a necessidade de cadastro, 16 curtas-metragens que passaram pelas telas do festival e conquistaram o público e a crítica.
Oportunidade de Reviver Grandes Momentos
Diariamente, às 9 horas da manhã, o site apresentará um curta diferente, disponível por 24 horas. Entre os destaques estão filmes premiados e títulos que exploram temas diversos, da ficção ao documentário, passando pela animação. Dois filmes, “O Jogo da Navalha” e “Ela Mora Logo Ali”, terão legendas em inglês, enquanto “Marta – A Consertadora de Guarda-Chuva” e “O Malabarista” contarão com versões acessíveis em libras, reafirmando o compromisso do festival com a inclusão.
Cervantes Sobrinho, um dos idealizadores do evento, reflete sobre a importância desta mostra: “São produções realizadas por cineastas de diversas regiões do Brasil, alguns deles oriundos do programa de capacitação do próprio festival. Então, é fácil, de graça, só acessar e curtir o nosso cinema”.
Uma Seleção Curada Com Carinho
Clarissa Kuschnir, crítica de cinema e curadora da mostra, destaca a dificuldade em escolher os filmes que compõem essa seleção: “Nos últimos anos, assisti a mais de 100 curtas em cada edição. Foram muitos aprendizados e amizades, e essa mostra traz um pouquinho do que foi exibido ao longo desses nove anos”.
Entre os curtas escolhidos, estão obras que ganharam destaque em edições anteriores, como “O Jogo da Navalha”, de Roberto Pereira, que aborda a história da navalha como símbolo da capoeira durante o período da escravidão. O filme venceu o prêmio de Melhor Curta de Ficção em 2023.
Outro destaque é “Marta – A Consertadora de Guarda-Chuva”, documentário de Dannyel Leite, que apresenta a história de Marta, uma figura singular que se especializou na arte quase perdida de consertar guarda-chuvas, trabalho que desempenha na cidade de Jacareí.
Homenagens e Diversidade Cinematográfica
A mostra também traz títulos que fogem do tradicional, como “Teatro BR – Um Filme Musical”, uma obra dirigida por Alonso Barros que homenageia os artistas de musicais, filmada durante a pandemia, e “Sideral”, curta de Carlos Segundo que chegou à shortlist do Oscar e rodou por diversos festivais internacionais.
E claro, o festival não esquece de suas raízes. Seis dos curtas selecionados contam histórias locais de Campos do Jordão, como “Grão”, “A Cura”, e “Pedro e o Livro”, que trazem à tona a importância histórica e cultural da cidade, seja pela cura da tuberculose, seja pelas tradições e fábulas transmitidas de geração em geração.
Fomento à Cultura e Conscientização
O Festival Curta Campos do Jordão sempre teve uma forte conexão com a cidade e suas tradições, promovendo oficinas e capacitações. Um exemplo é o curta “160 Toneladas”, realizado por participantes de uma oficina sobre cinema de bolso, que aborda a importância da reciclagem e o acúmulo de lixo na cidade.
Para encerrar a mostra, será exibido “Reminiscências de Uma Viagem a Campos do Jordão”, de Mateus Brito, que captura de maneira nostálgica a experiência de estar na cidade durante o festival, filmado em Super 8.